Bel Mota

Palimpsesto ascendente

colagem digital

55”

2020

Palimpsesto ascendente surgiu na minha realidade confinada sozinha em uma casa pequena, a partir do meu relacionamento com o espaço, os objetos, meu próprio corpo, memórias, notícias e desejo de uma nova perspectiva de relações de poder no futuro.

Trata-se de um painel que convida a refletir sobre o corpo como um fóssil no qual uma constelação de forças é petrificada. A dialética da perspectiva horizontal versus vertical em múltiplos focos de relações de poder. Uma queda livre de humanos no Antropoceno; indivíduos, imagens editadas e ferramentas de big data; posturas na intimidade pessoal; tratamentos profissionais e educacionais; líderes religiosos e congregação; políticos e cidadãos; países mais ricos e pobres.

Para tanto, realizei uma série específica de autorretratos durante o confinamento, incluídas em uma colagem com mapas de séculos passados, fotos minhas antigas e fotos apropriadas. A proposta está na dialética em que tanto o corpo como o mapa de acesso ao universo interior se transforma a partir dos fluxos de encontros sem perder suas características essenciais de material.

O trabalho foi inspirado em 3 textos da Hito Steyerl: In Free Fall: A Thought Experiment on Vertical Perspective; In Defense of the Poor Image; A Thing Like You and Me