José Mekler

Hipo / campo

série fotográfica
dimensões variáveis

2020

 

Instiga o artista essa sensação de um tempo contínuo, de um ciclo constante, uma espécie de linha reta que não permite que diferenciemos um mês do outro, uma semana da outra, um dia do outro –este tempo não atravessado pelo acontecimento externo que talvez seja, justamente, da ordem do acaso, do não-controle, do indeterminado. A movimentação a um espaço que é basicamente mental, através do que quer que esteja ao alcance. No ambiente digital, a escultura de José Mekler torna-se fotografia: faturas planificam-se em imagem, brilho e cor, uma vez que o artista claramente opta pela construção de um ambiente em suspensão. Outra ordem de pensamentos é inaugurada – ancestral, futurística? Estatutos apriorísticos, hierarquias classificatórias aqui não funcionam. Mergulhandos no fundo negro, objetos achados planificam também seus predicativos, ao mesmo tempo provocando um exercício, um jogo declarado de atribuição de valor a formas que tanto evocam memórias quanto produzem um ineditismo sensório, onde o que prevalece é o estranhamento.